Moçambique – Tensão em Mueda pelo medo de aproximação da insurgencia.

A livre progressão da insurgencia no norte de Moçambique trás agora preocupação acrescida pela perspetiva de aproximação do terror as portas de Mueda.

Habitantes referem à e-Global que a situação permanece muito tensa, com muitas famílias a sair para Pemba, Nampula, Chiure e Montepuez, engrossando as fileiras de refugiados internos. É um cenário de guerra.

A situação é muito dramática e mais agravada pelo facto de, desde agosto deste ano, não existir abastecimento de energia elétrica, nem um apoio efetivo as populações.

É indiscritível o relato das populações sobre o que se passa nas zonas urbanas e pior ainda os dos refugiados abandonados a um nível de sofrimento para muitos pior que a morte.

Perante os reportes da proximidade da insurgencia as Forças de Defesa e Segurança estão em alerta máximo, mas as populações temem que nada possam fazer para conter o seu avanço.

Uma vez mais emergem as críticas sobre as Forças Armadas e forças e serviços de segurança, cujos elementos estão mais aterrorizados que as populações, pois têm que enfrentar um adversário inexplicavelmente mais bem preparado.

Como tem sido amplamente referido é este medo, a falta de abastecimento militar, adequado às necessidades da tropa, e de estratégia para o combate à insurgencia que continuam a justificar as deserções e uma reduzida capacidade de resposta das FADM.

E esta incapacidade não é apenas registada em terra mas igualmente ao nível da fiscalização da costa e isso tem sido evidenciado pela livre deslocação de insurgentes por via marítima, para a realização de ataques combinados, marítimos e terrestres, a localidades costeiras.
Perguntamos então: falta de meios? E perguntam as depauperadas forças navais moçambicanas, onde estão as embarcações de fiscalização de costa compradas com o dinheiro das famosas dívidas ocultas? Agora é tempo de justificar esses empréstimos e aplicar esses fundos na defesa de Moçambique.

A todos os níveis militares referem que o comando e controlo é deficiente e que existe um distanciamento e forte desigualdade entre comandantes e comandados, que tem potenciado as simpatias pela insurgencia.

Reportes recolhidos no terreno, pela e-Global, sugerem que os que aderem aos núcleos desta insurgencia ganham melhor e mais atempadamente dos que os militares das FADM.

Assim é natural que a insurgencia infiltre os núcleos do exército moçambicano e se apoie na incapacidade das forças, que tardam em ser reforçadas pela ajuda internacional.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

Universidade de Coimbra lidera projeto para combater a obesidade e promover a saúde ao longo da vida

Universidade de Coimbra lidera projeto para combater a obesidade e promover a saúde ao longo da vida

O projeto “PAS GRAS: redução de riscos metabólicos, determinantes ambientais e comportamentais da obesidade em crianças, adolescentes e jovens adultos”,…
Angola e Cabo Verde reconhecem “apoio” à população africana no Rio de Janeiro

Angola e Cabo Verde reconhecem “apoio” à população africana no Rio de Janeiro

Os cônsules de Angola, Mateus de Sá Miranda e de Cabo Verde, Pedro Santos, ambos em atuação no Rio de…
Brasil: primeiro bimestre do ano fez país registar a entrada de 1,5 milhão de turistas

Brasil: primeiro bimestre do ano fez país registar a entrada de 1,5 milhão de turistas

Informações avançadas pelo Banco Central do Brasil dão conta de que os turistas estrangeiros injetaram US$ 529 milhões nas engrenagens…
Brasil: Lula promete “relançamento da relação” com a África durante celebrações em Brasília

Brasil: Lula promete “relançamento da relação” com a África durante celebrações em Brasília

O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, defendeu as relações entre o seu país e o continente africano…