A petrolífera francesa Total anunciou que motivos de “força maior” levaram-na a retirar todos os seus trabalhadores do norte de Moçambique. Esta decisão deve-se ao agravamento da violência armada de rebeldes com o ataque levado a cabo em Palma, a 24 de março, junto ao projeto de gás.
Recorde-se que este projeto da Total no país encontra-se avaliado em 20 mil milhões de euros, sendo o maior investimento privado em curso em África.
“Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG [gás natural liquefeito, em português] do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior”, pode ler-se no comunicado divulgado.
“A Total expressa a sua solidariedade para com o governo e povo de Moçambique e deseja que as ações desenvolvidas” pelo país e parceiros “permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada”, conclui.
Trata-se da primeira vez que esta empresa recorre ao conceito de ‘force majeure’ [força maior], usado em direito para justificar o incumprimento de certas obrigações com fatores externos.
O projeto tinha início de produção previsto para 2024. Nele estavam colocadas muitas expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.