O setor de transportes públicos em Moçambique está a registar perdas de faturação diárias que rondam os 57%, o que acontece desde março. O número pode subir para 70% se as medidas adotadas para travar a pandemia da Covid-19 continuarem em vigor durante mais dois meses.
Esta tendência de agravamento para 70% foi reportada pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), sendo uma das saídas para aliviar as perdas a redução do preço de combustível para níveis mais adequados.
O último reajuste foi feito a 13 de maio, sendo cobrados 3.36 meticais (4,38 euros) por litro para o gasóleo e 2.27 meticais (2,96 euros) para a gasolina, passando para 64.22 meticais (83,83 euros) e 60.15 meticais (78,52 euros) por litro, respetivamente. No entanto, esses valores estiveram aquém das expectativas do setor privado.
“A redução decretada pelo Governo já era clamada pelo setor privado. Contudo, a sua magnitude foi aquém do expectável. Pelo que, o seu impacto no tecido económico é limitado, principalmente nos setores que têm o combustível como a principal matéria-prima, nomeadamente o setor dos transportes, em que o combustível representa cerca de 45% dos custos operacionais”, explicou a CTA.
Apesar do setor privado ter recebido com agrado a notícia da redução do preço dos combustíveis, espera que a redução venha, futuramente, a acompanhar a tendência do mercado internacional, sem descurar alguns fatores que também influenciam a determinação do preço, como a tendência de valorização do dólar e a redução do consumo dos combustíveis devido aos impactos da Covid-19.