O líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Afonso Dhlakama, anunciou a criação de novos quartéis militares em seis províncias do centro e norte de Moçambique, onde o maior partido da oposição pretende tomar o poder a partir de março.
“Estamos a instalar novos quartéis para defender o nosso governo. Estamos a instalar sim”, declarou Afonso Dhlakama, líder da Renamo, num encontro com um grupo de jornalistas numa base em Sadjundjira, na Gorongosa, centro de Moçambique, após quase cinco meses de especulações sobre o seu paradeiro.
Dhlakama disse que já começou a instalação dos quartéis nas seis províncias onde pretende governar a partir de março, sob o pretexto de ter respostas militares em caso de resistência por parte do Governo da Frelimo.
O responsável da Renamo acusou ainda a Frelimo de estar a cometer atrocidades e terrorismo, com o rapto e execuções dos seus membros. Dhlakama classificou estas ações como “crime e pecado”, assegurando contudo que não vai retaliar.
O líder do maior partido da oposição manifestou a sua disponibilidade para dialogar com o Governo, condicionando, no entanto, as negociações a locais seguros, devido à quebra de confiança no Governo e no Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que acusou de ter concordado com a sua morte e com os ataques à sua residência na Beira.