A tragédia das cheias e inundações que têm vindo a devastar Moçambique tem contribuído para a emergência de surtos de doenças transmitidas pela água, como a cólera, malária e diarreias. As alterações climáticas têm ajudado na alteração dos padrões de precipitação e na frequência de condições extremas, por consequência, no aumento de cheias e inundações. Condição agravada pela ocupação desordenada do território e pela instável planificação urbana que contribuem para o encerramento dos caminhos d’água.
Moçambique sofreu inundações devastadoras com o ciclone Freddy, criando um elevado risco de agravamento da disseminação da cólera.
“Uma tempestade perfeita de alterações climáticas, conflitos e crises financeiras juntamente com as migrações criaram uma crise de cólera sem precedentes a nível global – provocando surtos em larga escala em países que, durante muitos anos, estiveram livres desta doença altamente contagiosa”, avança a WaterAid, em Moçambique desde 1995.
A Global Task Force for Cholera Control (GTFCC) mostra que o crescimento da população e a não planeada urbanização rápida podem contribuir para a duplicação dos casos de cólera nas próximas 2 décadas, se não se anteciparem medidas urgentes de combate à doença.