O Governo português está à espera de um sinal do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para poder avançar com o seu auxílio no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado.
Recorde-se que Portugal quer enviar cerca de 60 militares para a formação das forças especiais moçambicanas, devido ao ataque armado ocorrido na passada quarta-feira, 24 de março, na vila de Palma, em Cabo Delgado.
No entanto, essa intervenção militar só vai acontecer se for pedida por Maputo. Até ao momento, o Governo português não conseguiu convencer Nyusi a tal, apesar da delicada situação que Moçambique atravessa.
O anúncio do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, feito na segunda-feira, dia 29, confirmou em números aproximados o reforço da cooperação técnico-militar que o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, já tinha mencionado no início de fevereiro.
Entretanto, Portugal tem sido cuidadoso nas declarações que faz sobre a matéria. Santos Silva foi mandatado pela União Europeia para preparar a ajuda europeia a Moçambique, tendo visitado o país em janeiro.
Quando questionado se o Governo equacionava uma cooperação mais robusta, em vez de apenas formação, para vencer os terroristas em Cabo Delgado, o governante lembrou que o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, foi “absolutamente claro” quando disse que “são os soldados moçambicanos que têm de defender a terra moçambicana”.