A dívida de Cabo Verde a Portugal vai ser convertida num Fundo Climático e Ambiental, de acordo com um memorando de entendimento entre os dois países. A assinatura do documento vai decorrer na próxima segunda-feira, 23 de janeiro, no Mindelo.
O anúncio foi feito à “Lusa” pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que irá rubricar o acordo em conjunto com o homólogo português, António Costa. O entendimento vai fixar as modalidades deste processo, realizado no âmbito da Ocean Race Summit Mindelo.
“Nós já iremos assinar um memorando de entendimento relativamente à transformação da dívida Estado a Estado, Cabo Verde e Portugal, para a sua aplicação em investimentos que aumentem a resiliência de Cabo Verde. No fundo, é a alimentação do Fundo Climático e Ambiental, através de uma comparticipação de Portugal, esperando que haja comparticipação de outros parceiros, bilaterais e multilaterais”, explicou Correia e Silva.
“Há muito tempo e sempre que se realizam as COP [Conferências das Nações Unidas sobre as Mudança Climáticas], já houve várias, várias iniciativas. A questão do financiamento climático tem estado sempre sobre a mesa. Nós estamos aqui a construir uma solução muito boa, porque é um investimento, um financiamento, para aumento da resiliência e do aumento da capacidade de o país superar as situações de eventuais crises. Isso é muito mais forte no percurso do seu desenvolvimento”, acrescentou.
Segundo dados de 2021 do Governo cabo-verdiano, a dívida de Cabo Verde a Portugal ascendia nessa altura a mais de 600 milhões de euros.