Portugal e Timor-Leste assinaram acordos de cooperação bilateral e técnico-científica no setor agrícola e para desenvolvimento do café, produto não-petrolífero mais exportado pelo território timorense. A informação foi divulgada pela agência “Lusa”.
As rubricas ocorreram em Díli nesta segunda-feira, 08 de novembro, tendo sido feitas pelo embaixador de Portugal, José Pedro Machado Vieira, e pelo ministro da Agricultura e Pescas timorense, Pedro dos Reis. Trata-se de uma iniciativa que visa a “caracterização e estudo das raças de ferrugem do cafeeiro existentes em Timor-Leste”, responsável por perdas de produção superiores a 30%.
Os dois textos assinados permitem continuar o Projeto Quinta Portugal, em Aileu, e aprofundar a investigação no setor do café. Este projeto foi criado em 2000 e trata-se do maior de cooperação bilateral portuguesa no setor da agricultura em Timor-Leste, sendo atualmente financiado pelo Camões, IP e implementado em parceria com o MAP.
Além de um memorando de entendimento geral, foi igualmente rubricado um protocolo, a implementar ao longo de três anos, direcionado especialmente para o setor do café.
Esse protocolo de cooperação, que envolve ainda o Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC) do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, visa “reatar e aprofundar o trabalho, iniciado entre 2009 e 2012, de caracterização e estudo das raças de ferrugem do cafeeiro existentes em Timor-Leste e a identificação de plantas promissoras para a criação de novas variedades de cafeeiro Arábica resistentes à doença”. A ferrugem alaranjada é a doença mais importante do cafeeiro Arábica, sendo causada pelo fungo Hemileia vastatrix, e pode levar a perdas de produção superiores a 30%.
A investigação servirá para conhecer melhor a doença e as principais raças existentes no território de Timor-Leste, bem como ajudar a identificar plantas produtivas e resistentes à doença.