O livro “Espectros de Batepá. Memórias e narrativas do «Massacre de 1953» em São Tomé e Príncipe”, escrito por Inês Nascimento Rodrigues, vai ser apresentado este sábado em Coimbra e na próxima quarta-feira na cidade de São Tomé.
Inês Nascimento Rodrigues é investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e do projecto CROME (“Memórias cruzadas, políticas de silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais”), com financiamento do European Research Council (ERC).
Segundo a autora: “Na impossibilidade de aceder totalmente ao que constituiu a experiência do massacre, é através da imaginação e das representações que se podem contar múltiplas memórias do evento”. Acrescentando que este massacre é “quase ignorado em Portugal”, sendo em São Tomé “mitificado e serve para legitimar a nação e o partido no poder”.
Refira-se que o massacre de Bapetá ocorreu em 1953, em São Tomé e Príncipe, desencadeado pelas relações laborais coloniais nas roças de cacau e café, causando um número ainda por determinar de mortes – 1.032 segundo a versão são-tomense e cerca de 2 centenas de acordo com a versão portuguesa.