O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que não está a “pressionar o Governo de Moçambique” a aceitar a ajuda internacional para resolver a crise humanitária em Cabo Delgado. Isto porque, explicou, considera que essa não é a sua missão enquanto chefe da diplomacia portuguesa.
Em vez de pressionar, o governante prefere apoiar. As declarações foram feitas nesta terça-feira, 30 de março, em audição parlamentar da Comissão dos Assuntos Europeus.
“Nós trabalhamos com Moçambique em todos os planos – no plano bilateral, onde a missão de apoio à formação de tropas especiais em Moçambique tem o seu planeamento praticamente concluído, e, portanto, far-se-á nas próximas semanas”, lembrou.
Quanto ao plano europeu, Santos Silva disse que ele próprio lidera a “iniciativa para que a UE [União Europeia] tenha o mais rapidamente possível o incremento necessário na sua cooperação na área da segurança com Moçambique”, além da cooperação “muito valiosa” ao nível da ação humanitária e da cooperação para o desenvolvimento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros frisou que a sua preocupação em relação aos ataques terroristas de Moçambique “não é de hoje, não é de ontem, e não é porque houve brancos que foram vítimas”, tendo repudiado essas “insinuações torpes” que “andam no espaço público”.
Recorde-se que a província moçambicana de Cabo Delgado é frequentemente alvo de ataques terroristas desde outubro de 2017. O mais recente incidente ocorreu na passada quarta-feira, dia 24, em Palma, o que resultou na morte de dezenas de civis e causou mais de mil deslocados.