As eleições presidenciais no Brasil, que acontecem em 2022, prometem gerar grandes movimentações no seio político e social do Brasil. Neste momento, ainda não são conhecidos oficialmente todos os candidatos a presidente da República, mas alguns nomes e grupos já começam a demonstrar interesse em ocupar o posto máximo do maior país da América do Sul.
O atual presidente Jair Bolsonaro não esconde o desejo de se recandidatar. Pelas ruas das principais capitais do Brasil, não é difícil encontrar apoiantes do seu governo, além, claro, de nomes que contestam fortemente o seu modelo de gestão. Bolsonaro tem mantido contacto com a ala evangélica e com os militares, mas procura ainda um partido. Tem enfrentado resistência e julgamentos no Supremo Tribunal Federal. O contexto da pandemia, a forma como o atual Presidente lidou com o tema, fez com que muitos dos seus opositores e mesmo apoiantes tenham aumentado o tom das críticas.
Outro nome que está a ter grande movimentação neste cenário político é o do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que está em viagem internacional a contestar o seu julgamento e o atual governo brasileiro. Diz-se vítima de perseguição política, mas não confirma que será candidato. Facto é que Lula tem conversado com aliados e o PT está já a traçar uma estratégia para as eleições de 2022. No seio do partido, discute-se qual nome deverá ser o mais indicado para contrapor Bolsonaro nas urnas.
A apresentação mais mediática nesta fase “pré-candidaturas” é a de Sérgio Moro, que é um jurista, ex-magistrado, professor universitário, foi juiz federal e ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro. Após alegar interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, deixou o governo e apresenta-se hoje como uma alternativa na condução do país com uma “forte aposta na justiça”. Sérgio Moro tem percorrido algumas cidades brasileiras e contactado aliados da ala Centro para obter apoio.
Por seu turno, Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, é provável candidato a presidente pelo PDT e a presidente da República. Apesar de anos de aliança, tem sido um grande crítico de Lula, e agora também de Bolsonaro. E discute a idoneidade de Moro. Ciro Ferreira Gomes é advogado, professor universitário e político e tem visitado universidades e entidades para apresentar propostas em relação às eleições de 2022.
Nas próximas semanas, os partidos irão anunciar os seus novos líderes, possíveis candidatos a presidente da República do Brasil.
Ígor Lopes