São Tomé e Príncipe – Nova tentativa de instalação de uma Zona Franca em Malanza

Dentro de um ano aproximadamente, deverão começar as obras de instalação da Zona Franca de Malanza, no sul da ilha de São Tomé.

 

Depois de apresentação do ambicioso projeto ao Conselho de Ministros, uma equipa multissetorial liderada pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Wuando Castro, fez um exercício idêntico no distrito de Caué, com a comunidade local.

 

A ideia é a implantação de uma plataforma de prestação de serviço para a sub-região africana do Golfo da Guiné e o mundo.

 

Estão projetadas estruturas de transformação industrial a vários níveis, incluindo montagem e armazenamento de mercadorias para a exportação, aliadas a complexos educacionais e turísticos.

 

Além de uma unidade aeroportuária em Cauê, a construção de um centro de marinha, uma universidade de referência, um centro de formação de alta qualidade, além de uma clínica de cariz internacional para estudo e investigação de doenças tropicais, entre outras componentes de atração turística e de investimento também fazem parte do projeto.

 

A deputada Beatriz Azevedo, do Movimento Independente de Caué, louvou a iniciativa e espera que não fique no papel como aconteceu com alguns outros em São Tomé,

 

«Caué estará de parabéns. O projeto é ambicioso. Não vem melhorar só a vida da população do distrito, mas sim de São Tomé e Príncipe. Segundo o empresário que apresentou o projeto, o sonho é que Caué venha ser conhecido também a nível externo. Tendo em conta a nossa dimensão territorial, posso dizer que o distrito de Caué é o mais rico. O que falta é investimento para que o distrito saia dessa situação de pobreza», disse.

 

O seu colega de ADI, Mário Marinho, qualificou o projeto de “um luxo”. Será uma forma de levantar Caué.

 

«Todos queremos que vá para frente. Agora, resta esperar para ver. Exige um investimento muito forte. Já foram apresentados outros projetos de Zona Franca em São Tomé que não foram bem-sucedidos, o que provoca uma certa dúvida. Por outro lado, ainda não foi assinado qualquer acordo e exige que se faça um estudo de impacto ambiental para não entrar em colisão com os ambientalistas. É uma zona endémica, muitos pequenos agricultores têm os seus lotes e vai ser necessário deslocar-se essas pessoas. O alerta que deixamos é que o governo comece a identificar outros espaços para que esses cidadãos continuem a desenvolver as suas atividades», referiu.

 

O presidente da Câmara distrital de Caué considera que o projeto “vai permitir mais emprego, mais benefícios. Porque o grande problema do distrito é a falta de quadros, jovens com formação. Há uma vontade grande de formação de jovens. Significa que vamos sair de 10 para 80, permitindo um desenvolvimento sustentável”.

 

«A obra conta com todo o apoio do poder local. Ela veio para o distrito, de forma nós aproveitarmos esta oportunidade de formar quadros. É um projeto que não podemos deixar cair. Queremos que dê frutos. A Câmara está envolvida. Vamos fazer de tudo, envolver os líderes comunitários e a população em geral, convencidos de que o futuro será risonho com este projeto», sublinhou Firmino Raposo.

 

Duas comissões de trabalho já foram constituídas. Uma, para tratar da delimitação do terreno necessário para a instalação do projeto, com o envolvimento de vários setores, nomeadamente agricultura, cadastro, ordenamento do território e a câmara de Caué. A outra irá lidar com o processo negocial com vista à assinatura do contrato de concessão.

 

«Se tudo correr bem, passamos a outra fase que será a assinatura de contrato de concessão balizado pelas leis vigentes no país e, numa segunda etapa para começarmos a construção», esclareceu Wuando Castro

 

«Tudo vamos fazer para levar este projeto a bom porto e finalmente realizar este sonho que é de transformar São Tomé e Príncipe numa plataforma de prestação de serviço nesta sub-região africana e para o mundo», acrescentou o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, da Comunicação Social e Novas Tecnologias.

 

A ideia da instalação de uma Zona Franca em São Tomé é antiga. Uma das primeiras áreas identificadas foi nas proximidades do aeroporto internacional, mas não cristalizou. Daí o sentimento entre o ceticismo e a expectativa.

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