O apuramento dos resultados das eleições realizadas em São Tomé e Príncipe no domingo, 07 de outubro, continua a causar atribulações no país. Um dos assuntos polémicos tem como protagonista a juíza Natacha Amado Vaz, vítima de perseguição após alguns manifestantes são-tomenses terem tomado conhecimento de que a magistrada estaria alegadamente a favorecer o partido ADI na recontagem de votos nulos e brancos.
Os manifestantes chegaram mesmo a provocar tumultos em frente ao edifício da Comissão Eleitoral Distrital durante a noite de segunda-feira, 08 de outubro, tendo também queimado a viatura de Natacha Amado Vaz, presidente da Assembleia de Apuramento distrital.
A juíza são-tomense, que teve de sair nessa noite escoltada pelos militares, decidiu pedir agora ao Tribunal Constitucional o seu afastamento no processo de apuramento distrital de Água Grande no âmbito das eleições, avançou a agência “STP-Press”.
No comunicado de afastamento, a magistrada afirmou que nem “a Comissão Eleitoral Nacional [CEN] nem o Tribunal Constitucional [TC] diligenciaram no sentido de esclarecer os partidos políticos e a população que o procedimento feito pela Comissão Distrital de Água Grande corresponde a prática em todos os processos eleitorais”.
Natacha Amado Vaz considera que, da parte da CEN e do TC, “não foi esclarecida publicamente essa situação para eliminar suspeição” sobre si e sobre a sua reputação, além do facto destes incidentes terem impedido “a continuação dos trabalhos”.