Jovens manifestantes queimaram na noite desta segunda-feira a viatura da juíza presidente da Assembleia de Apuramento distrital, depois de terem tomado conhecimento que Natasha Amado Vaz estaria alegadamente a favorecer o partido ADI na recontagem de votos nulos e brancos.
Os militares que estavam a proteger o edifício da Comissão Eleitoral Distrital fizeram disparos para tentar manter a ordem. Os manifestantes responderam com pedras e paus.
A magistrada saiu escoltada pelos militares e pediram-na para dar o recado ao presidente do Tribunal Constitucional, José Bandeira. Não vão tolerar qualquer tentativa de fraude, como aconteceu nas presidenciais de 2016.
Enquanto a viatura era consumida pelas chamas ouviam-se vozes a gritar: Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Toda a tentativa de alguns responsáveis das forças da oposição para acalmar os ânimos, não surtiu efeito.
Os manifestantes enfrentaram também as viaturas dos bombeiros que chegaram para apagar o fogo!
De acordo com os mandatários das forças que estavam na oposição, nomeadamente Hamilton Vaz, a lei eleitoral é clara: a recontagem de votos só se faz, em caso de reclamação proveniente das mesas. Não era o caso. A magistrada foi várias vezes advertida e não quis respeitar a lei.
A iniciativa de fazer essa recontagem foi interpretada como uma tentativa de falsear os resultados expressos nas urnas.
As explicações da juíza, dizendo que os boletins estavam a ser apresentados a todos os integrantes da Assembleia, não convenceram os mandatários. Ela ainda adiantou que algumas urnas chegaram com dois selos diferentes dos seis que as fecham, levantando outras dúvidas.
O apuramento distrital está suspenso.