A Comissão Eleitoral Nacional sugeriu a realização da segunda volta das eleições presidenciais para o dia 29 de agosto. Porém, a confirmação da data vai depender da Assembleia Nacional, que deverá discutir uma alteração à lei eleitoral.
A segunda chamada às urnas para decidir sobre o futuro presidente da República estava inicialmente marcada para o último domingo, dia 8. Mas o impasse que se gerou no Tribunal Constitucional com o recurso apresentado por Delfim Neves por alegadas irregularidades e fraude provocou atraso no calendário.
O Tribunal Constitucional deu a conhecer no final da tarde de quarta-feira, os resultados definitivos da primeira volta, que confirmam Carlos Vila Nova e Guilherme Pósser da Costa a disputarem a segunda volta.
A Assembleia de Apuramento Geral dos resultados das eleições presidenciais, indicou que o candidato apoiado pelo ADI arrecadou 43,3% dos votos expressos nas urnas, correspondentes a 35.342 votos. O seu oponente, suportado pelo partido MLSTP/PSD, atingiu 20,7% dos votos expressos, garantidos por 16.905 eleitores. Por outro lado, a abstenção ficou em 31,6%.
O Tribunal Constitucional aproveitou para fazer o sorteio no boletim de voto. Vila Nova ficou com o número 1 e Pósser da Costa, com o 2. A divulgação do resultado final das presidenciais de 18 de julho, por Gilson dos Reis Lima, secretário-geral de apuramento das eleições do Tribunal Constitucional, confirma o fim da crise interna naquela instância jurídica, que abalou o país durante cerca de duas semanas.
O presidente da República, Evaristo Carvalho, durante o contencioso pós-eleitoral, teve que convocar duas reuniões de emergência com a participação dos órgãos de soberania e ainda dos cinco juízes do TC, envolver outras estruturas como o Conselho Superior de Magistratura Judicial para procurar ultrapassar a crise.
Ouviu-se também vários apelos à calma e ao bom senso, nomeadamente da sociedade civil e da Polícia Nacional; assim como advertências do governo contra as tentativas de se instalar o caos e a desordem.