Tomou posse, esta segunda-feira, o décimo oitavo governo constitucional, depois do presidente da República, Carlos Vila Nova, ter nomeado os 11 membros do elenco, por decreto, subscrevendo a proposta do primeiro-ministro, Patrice Trovoada. São 4 mulheres e 7 homens
Ilza Amado Vaz, ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, pasta que já tinha ocupado no XVI executivo do ADI; e as estreantes Isabel Viegas de Abreu, para Educação, Cultura e Ciências; Eurídice Borges Medeiros, Juventude e Desporto e Maria de Pina Delgado, Direitos da Mulher.
Gareth Haddad Guadalupe é ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares; Alberto Neto Pereira, Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades; Ginésio Valentim Afonso da Mata, Planeamento, Finanças e Economia Azul; Abel Bom Jesus, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas; Célsio Junqueira, Saúde, Trabalho e dos Assuntos Sociais; Adelino Afonso Cardoso, Infraestruturas, Recursos Naturais e Meio Ambiente e Jorge Amado, Defesa e Administração Interna.
Amado, que ocupou a mesmo pelouro na última fase do executivo de Jorge Bom Jesus e foi um dos maiores críticos de Patrice Trovoada, continua. Outra surpresa, é a inclusão de Abel Bom Jesus, pequeno agricultor e ex-candidato às presidenciais de 2021, tendo ficado em quarto lugar.
Para o XVIII Governo Constitucional, “o tempo é de concentração máxima de todos os seus membros e de todos os agentes do Estado na implementação das soluções que permitirão restabelecer níveis aceitáveis de reservas cambiais, pagar os salários de uma função publica pletórica, cuidar de aquilo que apenas por analogia se apelida de sistema nacional de saúde, melhorar a educação e a formação profissional, recuperar as infraestruturas, tornar cada vez mais efetivo o acesso à justiça, proteger melhor as pessoas e os bens, reforçar os sistema de defesa nacional e aumentar a advocacia juntos dos nossos parceiros atuais e potenciais para que, na pior das hipóteses, mantenham o seu nível de contribuição à ajuda pública internacional, particularmente face à agudização da crise prevista para o ano que se avizinha, 2023”, disse o chefe governo no seu empossamento.
“Não é uma opção. É uma obrigação. Temos que trabalhar muito para quebrar este ciclo em que a ganância de uns e o amadorismo de outros colocaram o país. Não temos hoje outro caminho que o do fim da impunidade, o fim da anarquia, do combate aberto e sem tréguas contra a corrupção cancerígena, adotando a seriedade, o realismo e o trabalho metódico para travar essa decadência que nos levará irremediavelmente a um suicídio coletivo”, sublinhou Patrice Trovoada.
O chefe do executivo comentou ainda que “fomos excelentes em todos os projetos de apoio financeiro direto ao governo, porque somos excelentes em gastar sem jamais pagar, sem contribuir e incapazes de agir no sentido de geração de riqueza. Em contrapartida, falhámos olimpicamente no cumprimento de todas as metas acordadas com as instituições de Bretton Woods, porque não somos disciplinados financeiramente, nem estamos dispostos a consentir esforços. Temos de acordar desta longa letargia e adotar, corajosamente e sem demora, as medidas corretivas que se impõem a nós, abdicando dos privilégios, não raras vezes sem uma justificação”.
Patrice Trovoada garantiu que não dispensará “nenhum só minuto se não for para agir, reformar, ouvir, construir e corrigir. Não hesitarei em decidir quando for necessário decidir e sancionar para resgatar, salvar e defender os bens públicos e os direitos das pessoas. O tempo e os níveis de degradação alcançados pelo país assim o exigem. Agirei sempre no interesse geral e para que se possa dentro de um período razoável de tempo ultrapassar o estado de deliquescência atual em que o país se encontra”.
Para isso, o líder do ADI, que assume a chefia do governo pela quarta vez, disse que pretende agregar “todas as inteligências e as disponibilidades” com vista a encontrar soluções para atual difícil situação do país.
“Por ser um otimista teimoso, sem dúvida tenho fé e esperança no futuro que iremos construir juntos. Estou pronto, disponível para uma entrega total minha ao serviço da Nação”, salientou o chefe do executivo.
Pela primeira vez, nos últimos tempos, realizou-se a transferência de pastas entre os chefes de governos.