A Fretilin, maior partido no Parlamento timorense e atualmente na oposição, informou que só vai aceitar fazer parte de um novo Executivo, como solução à crise política no país, se o liderar.
A posição foi manifestada em entrevista pelo chefe de bancada da formação política, Aniceto Guterres Lopes, que explicou que essa exigência inclui o facto de o novo primeiro-ministro ou chefe do Executivo ter de ser da Fretilin, o que significa que Taur Matan Ruak abandonaria o referido cargo.
Apesar de o político dizer que a Fretilin está aberta ao diálogo com qualquer força política e que seria melhor haver um diálogo sem pré-condições, reiterou que o partido deve liderar o novo Executivo.
Quando questionado sobre opções de coligação com o CNRT, organização política dirigida por Xanana Gusmão e a maior força da coligação pré-eleitoral do atual Governo, Aniceto Lopes respondeu que a Fretilin está aberta a todas as hipóteses, apesar de preferir alianças com os partidos com assento parlamentar.
Recorde-se que esta crise política surge na sequência do chumbo do Orçamento Geral do Estado para 2020, ocorrido em janeiro. O Presidente da República de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, já veio afirmar aos jornalistas que as eleições antecipadas são o “último recurso” para resolver a situação, apelando a que os partidos no Parlamento encontrem uma solução e indicando que, até lá, Matan Ruak continuará em plenitude de funções enquanto primeiro-ministro.