O primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, afirmou que estão a decorrer investigações para saber se agentes policiais timorenses ou agentes do lado indonésio colaboraram para permitir as entradas ilegais de mais de 160 pessoas nas últimas semanas em território timorense.
“A investigação está a decorrer para detetar se houve algum apoio daqui ou da parte indonésia. Quando a investigação estiver concluída, e se for necessário, tomaremos medidas”, partilhou.
As declarações foram feitas aos jornalistas após o encontro semanal com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, durante o qual analisaram várias questões, com destaque para o debate orçamental.
Quando questionado sobre a Covid-19 no país, o chefe do Governo admitiu uma “grande preocupação” sobre o elevado número de entradas ilegais. Enquanto já não existe qualquer caso positivo de coronavírus a registar em Timor-Leste, o Executivo está a estudar soluções para minimizar o problema, principalmente porque os casos na vizinha Indonésia continuam a aumentar.
A maior parte dos casos da entrada ilegal estão relacionados com membros de grupos de artes marciais, que viajaram até ao lado indonésio da ilha para cerimónias de juramento e filiação neste tipo de organizações. Matan Ruak mencionou ainda que a contribuir para as entradas ilegais estão as relações familiares na população fronteiriça, a questão do comércio transfronteiriço – de que vivem muitas famílias.
O vice-ministro do Interior, António Armindo, já tinha dito na semana passada que, apesar do reforço nas patrulhas e no policiamento, com a instalação de novos postos de polícia fronteira, continuam a ser necessários mais agentes para a região.