Mário Alkatiri, primeiro-ministro timorense e secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), partido que saiu derrotado nas eleições legislativas de 12 de maio, entregou ao Tribunal de Recurso timorense um conjunto de informações que questionam a acta de apuramento nacional dos resultados.
Alkatiri declarou que: “Quando está a decorrer a investigação ninguém fale sobre ela. E eu não vou falar sobre isso. Não falo sobre isso porque deixo os investigadores fazer o seu trabalho”.
O actual PM acrescentou que a Fretilin irá respeitar a decisão do Tribunal de Recurso: “O Tribunal é tribunal, e num Estado de direito democrático a decisão final é do tribunal e qualquer pessoa que tenha sentido de Estado vai ter que aceitar”.
Há indicações de que parte do recurso interposto pela Fretilin estará relacionado com os resultados obtidos na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), em que a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), liderada por Xanana Gusmão, obteve mais votos do que a Fretilin. Alkatiri recusou, na semana passada, demitir-se da liderança da RAEOA, quebrando a promessa eleitoral feita.
Caso o Tribunal de Recurso valide os resultados eleitorais no prazo de 48 horas, o PM timorense não afasta a possiblidade de deixar a liderança do partido.