A Organização Não Governamental (ONG) La’o Hamutuk defende que o apoio económico do Governo timorense no âmbito da Covid-19 deve priorizar as populações mais vulneráveis, principalmente os trabalhadores do setor informal e as populações rurais.
Numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, a ONG fez estas e outras recomendações, numa altura em que o Governo está a considerar possíveis medidas de apoio económico em resposta à Covid-19.
A ONG referiu que o apoio “não deve apenas considerar empresas em Díli”, uma vez que “a maioria dos agregados familiares em Timor-Leste depende do setor informal, incluindo quiosques, vendedores ambulantes, mercados, táxis, microlets, agricultores e trabalhadores domésticos, que estão fora da economia formal”.
Como tal, e para impedir a possível discriminação entre o setor formal, “que emprega menos de 20% da população”, o Governo deve dar “assistência financeira a todos”.
Se não for possível controlar os preços, acrescentou, devem ser distribuídos bens essenciais à população, muitos dos quais podem ser comprados localmente, o que ajuda a promover a “soberania alimentar e, a longo prazo, a reduzir as importações”.
A La’o Hamutuk sugeriu igualmente que se evitem empréstimos de instituições internacionais, como o Banco Mundial ou o Banco Asiático de Desenvolvimento. Caso sejam feitos, esses fundos devem apoiar a economia local e evitar que “grandes empresas” não tenham “vantagens injustas” no acesso ao crédito.