Timor-Leste: Primeiro-ministro diz que país precisa de mudar mentalidades e cultura de trabalho

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, declarou que tem de haver uma mudança de mentalidades, um reforço da competência e uma cultura de trabalho e de serviço no país, sendo isto necessário para que ocorra o desenvolvimento da sociedade e da economia do mesmo.

“É preciso uma mudança de mentalidade, um processo longo que exige tenacidade, trabalho e empenho”, defendeu durante um debate realizado esta quinta-feira, 27 de junho, em Díli. “É preciso competência. Não somos província, não somos colónia: somos nação. Se não entendemos isso não vamos lidar adequadamente com o que há a fazer. E é preciso uma cultura de trabalho, uma cultura de serviço, paixão”, acrescentou.

O evento marcou o início das Jornadas Orçamentais, promovidas pelo Governo como arranque formal do processo de preparação do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020. Nele, o chefe do Governo mencionou os grandes desafios que Timor-Leste enfrenta atualmente, com a maioria da população a continuar a viver de agricultura de subsistência ou a procurar pequenos negócios como venda ambulante, ou aos crescentes bairros de lata na capital.

Foram ainda referidas as dificuldades dos jovens em encontrar emprego após concluírem os estudos, o que causa impacto “na esperança” do futuro. “Temos muitos recursos naturais, diversificados, mas continuamos a enfrentar grandes dificuldades em termos de recursos humanos, com atrasos tecnológicos e continuando dependentes do petróleo”, sublinhou.

“Temos uma população resiliente, a nossa história mostra isto. Que resiste e sobrevive, que se adapta às mudanças no ambiente e que consegue unificar o povo multiétnico, plurilinguístico e multicultural”, disse ainda, reforçando que o país tem que trabalhar mais para criar mais emprego, corrigindo a “evolução socioeconómica lenta” e procurando distribuir ou redistribuir recursos para garantir que se criam melhores condições.

“Precisamos de um reajustamento de prioridades. As tomadas de decisão têm que ter em conta a situação socioeconómica do país, com planeamento sistemático e rigoroso, uma avaliação das metas, para corrigir e ajustar as coisas”, concluiu.

O debate, que decorre até esta sexta-feira, dia 28, “analisará os programas, prioridades, estratégias e metas a serem atingidas, com o objetivo de compreender qual o caminho e os objetivos que deverão ser traçados”, seguindo-se “uma sessão relativa ao desempenho, aos resultados e aos desafios existentes nas áreas social e económica”.

Serão também feitos debates sobre “desempenho e desafios na área da execução orçamental, indústria financeira e monetária”, bem como a apresentação de procedimentos e critérios para a definição do teto fiscal da proposta do OGE para 2020.

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