O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considera que deve haver um reforço da cooperação regional e mais empenho concreto da comunidade internacional na resposta aos desafios ambientais, principalmente na proteção e preservação dos oceanos.
“Embora no plano de direito definimos fronteiras, no plano prático o oceano é o oceano, os mares não têm fronteiras e o que acontece no mar vizinho, para lá das nossas fronteiras, automaticamente impacta no nosso lado e vice-versa”, afirmou à “Lusa” nesta quarta-feira, 22 de junho.
“Não havendo pelo menos acordos regionais e cooperação regional para proteção da riqueza marítima, da pesca por exemplo, Timor-Leste pode seguir uma política rigorosa de proteção, mas é afetado por centenas de barcos que pescam ilegal e impunemente nas nossas zonas”, expôs.
O chefe de Estado realçou que “se se esgotam os recursos de pesca no mar do sul da China, no mar à volta dos países vizinhos, deixará de haver também muitas espécies, migratórias, nos nossos mares. No nosso caso depende do estado dos corais e aqui as alterações climáticas também afetam esses corais”.
As declarações foram feitas no Aeroporto de Díli, onde Ramos-Horta se despediu de Xanana Gusmão, ex-Presidente timorense e líder do partido Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), encarregue de representar o país na Cimeira dos Oceanos em Lisboa, Portugal. O evento vai decorrer de 27 de junho a 01 de julho.