O chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta, afirmou que a sua paciência para ouvir críticas do primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, “não dura para sempre”. O desagrado foi manifestado neste domingo, 19 de março.
Segundo o governante, todos devem focar-se nas eleições legislativas em vez de continuarem a criticar a escolha da data.
“É melhor concentrarem-se nas eleições, porque depois das eleições podem precisar de mim e posso não estar com disposição de diálogos. A minha paciência de ouvir críticas de certas personalidades timorenses também tem limite”, disse Ramos-Horta à “Lusa”.
Esta foi a reação do Presidente da República de Timor-Leste às recentes críticas do primeiro-ministro do país, proferidas num retiro do Governo realizado na passada sexta-feira. Ruak terá voltado a criticar Ramos-Horta pela data escolhida para as legislativas, 21 de maio, tendo dito alegadamente que se algo correr mal no sufrágio será da “responsabilidade do senhor Presidente”.
“O facto de não ter reagido às críticas todas que ouvi a meu respeito, durante toda a campanha presidencial – e quando tomei posse fui eu que desci para falar com eles – não quer dizer que a minha capacidade de encaixe dure para sempre”, avisou o chefe de Estado.