O primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, partilhou que a abstenção na votação sobre o golpe militar em Mianmar é “uma lição para o futuro”.
“Num país democrático, a opinião dos cidadãos sobre o voto de abstenção do Estado de Timor-Leste na situação em Mianmar é muito importante. O Governo regista estas preocupações”, acrescentou.
A observação foi feita à margem do encontro com o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, no Palácio Presidencial, em Díli. Ainda segundo Ruak, esta abstenção do Estado timorense em relação a Mianmar pertence ao passado.
“O nosso voto é facto consumado, mas não substitui os valores e os princípios que Timor-Leste abraça como um país democrático, respeitador dos direitos humanos, da reconciliação e da solução pacífica para um problema sem recorrer à violência. Timor-Leste defende estes valores”, finalizou.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor-Leste, a sua abstenção relacionada com a Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o golpe militar em Mianmar deve-se à falta de posição comum entre os Estados-membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla inglesa).
Na aprovação final dessa resolução da ONU sobre o conflito em Mianmar, 119 países votaram a favor, um contra (Bielorrússia) e houve 36 abstenções, entre as quais a de Timor-Leste.