O número de famílias em Timor-Leste a passarem fome tem aumentado significativamente desde a pandemia da Covid-19, uma vez que também o rendimento da maioria agravou.
As pessoas mais afetadas são aquelas que vivem no meio rural, onde a situação já era problemática, de acordo com uma análise preliminar no país.
Segundo os dados divulgados, 81% de 1.200 famílias inquiridas reportaram que a pandemia causada pelo novo coronavírus “teve um impacto negativo nas suas fontes alimentares e de rendimento”.
Cerca de 40% tiveram de recorrer a diversas alternativas para conseguirem lidar com o problema, entre as quais a redução do consumo alimentar diário.
Os números divulgados são da Avaliação Rápida de Segurança Alimentar realizada em maio em vários pontos do território timorense. A iniciativa veio do Ministério da Agricultura e Pescas e teve o apoio das organizações Oxfam, Mercy Corps, World Vision, Catholic Relief Services, ADRA e do programa de nutrição e agricultura TOMAK.
De acordo com o Programa Alimentar Mundial e o Instituto Internacional de Investigação em Política Alimentar, 265 milhões de pessoas estão atualmente à beira da fome. Tal representa mais do dobro do que na crise alimentar de 2008.
Ministério das Finanças assina acordo com PNUD
Entretanto, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério de Finanças de Timor-Leste assinam acordo para apoio em segurança alimentar. A iniciativa visa abranger mais de 25 mil pessoas afetadas pelo surto.
O acordo, financiado pelo PNUD e pelo Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), foi assinado pelo ministro das Finanças timorense, Fernando Hanjam, e pela responsável do PNUD em Timor-Leste, Munkhtuya Altangerel.
O projeto reconhece que um dos maiores impactos da pandemia da Covid-19 ocorreu na segurança alimentar e nos meios de subsistência das populações já mais vulneráveis, sobretudo nas zonas rurais.