O líder do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Xanana Gusmão, disse ser contra a decisão de extensão do estado de emergência em Timor-Leste para combater a pandemia da Covid-19. Para o político, tal não se justifica no momento atual e pode trazer riscos acrescidos à economia das famílias e do país.
O dirigente do segundo maior partido considera que os deputados das seis formações políticas que integram a aliança de maioria parlamentar deveriam votar contra essa extensão.
“A aliança de maioria parlamentar tem que ser consequente com a sua posição política e por isso peço aos deputados da coligação para não darem autorização ao Presidente da República para declarar a extensão do estado de emergência”, escreveu numa nota.
Xanana apelou a que os deputados defendessem que se continuasse a manter fechados os portos, aeroportos e fronteira, de maneira a evitar a entrada do vírus, além do reforço do controlo a quem entra ilegalmente. Neste ponto, elogiou o trabalho das forças de defesa e de segurança e das autoridades locais.
“Voltem a abrir os negócios e o trabalho, mas não deixem que as pessoas se reúnam indiscriminadamente. Todos os cidadãos têm a obrigação de continuar a seguir regras sobre distanciamento social, lavagem de mãos. Não pode haver festas e atividades que reúnam muitas pessoas”, realçou.
No entanto, o prolongamento do estado de emergência foi aprovado no Parlamento esta terça-feira, 28 de abril, e decorrerá até 27 de maio. A decisão teve 37 votos a favor, 23 contra e 4 abstenções, tendo o ocorrido gerado mal-estar na nova aliança de maioria parlamentar, liderada pelo CNRT, uma vez que o KHUNTO esteve entre os que votaram a favor, apesar de ter recebido indicações em contrário.
Depois do sucedido, o CNRT afirmou que a aliança parlamentar “já morreu”, devido à decisão indireta tomada pelo KHUNTO, relacionada com a aprovação do estado de emergência. Também o PD e o PUDD tiveram uma postura diferente da organização política representada por Gusmão.