O governo do Burundi deu um prazo de dois meses para que todos os estrangeiros residentes no país entrem em contato com a polícia de fronteira a fim de se registarem.
Este anúncio está a provocar receios junto da comunidade estrangeira que suspeita que o governo pretende vigiar as suas atividades no país.
Particularmente delicada é a situação dos ruandeses que têm sido objeto de perseguição sistemática e violência por parte das autoridades, devido a alegadas ligações entre a comunidade ruandesa e os rebeldes burundeses. As relações diplomáticas entre o Burundi e Ruanda estão, aliás, em crise, com Bujumbura, e também as Nações Unidas, a acusarem Kigali de apoiar a rebelião no Burundi.
O ministro da Segurança Pública, Alain-Guillaume Bunyoni, justifica esta iniciativa com a intenção do governo de atribuir aos residentes estrangeiros um cartão de identificação biométrico.
Os estrangeiros – na sua maioria originários da África Ocidental, incluindo congoleses, e da Índia – serão obrigados a deslocar-se à polícia, pessoalmente, e a levar os seus documentos de viagem.
O Burundi atravessa uma grave crise securitária, depois do presidente Pierre Nkurunziza ter iniciado um terceiro mandato na sequência das eleições de julho. Desde então, mais de 400 pessoas foram mortas e cerca de de 240000 pessoas fugiram do país.