O Governo do Burundi concordou em libertar 2000 prisioneiros e em dialogar com a oposição para acabar com a crise política que se vive há 10 meses, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
Ban Ki Moon chegou a Bujumbura segunda-feira, numa visita com a duração de 24 horas, para conversações com o presidente Pierre Nkurunziza, assim como com líderes dos partidos políticos e da sociedade civil, para acabar com meses de agitação social.
Após o encontro com Nkurunziza, governo e políticos da oposição, o chefe da ONU disse que todos tinham concordado num “diálogo inclusivo” e que o presidente “confirmou que iria entrar no diálogo político”.
Na semana passada as autoridades judiciais do Burundi cancelaram os mandados de captura internacionais contra 15 figuras políticas que estão exiladas, incluindo vários líderes da oposição, um movimento que BanKi Moon disse que foi um passo importante e que mostrou a disposição do governo para pôr fim à crise.
Os esforços de apaziguamento no país continuarão nos próximos meses com as visitas previstas do presidente Mohammed Ould Abdelaziz, da Mauritânia, de Macky Sall, do Senegal, Ali Bongo Ondimba, do Gabão, e o primeiro-ministro Hailemariam Desalegn, da Etiópia.
O Burundi entrou em crise em abril passado, quando Nkurunziza decidiu concorrer a um terceiro mandato presidencial, que acabou por vencer em julho. Desde então, os confrontos entre partidários e a oposição tornaram-se cada vez mais violentos.
A ONU alertou que o Burundi corre o risco de uma repetição da guerra civil de 1993-2005, já que foram mortas mais de 400 pessoas desde abril e 230000 pessoas fugiram para países vizinhos.