Os chadianos aderiram massivamente, na passada quarta-feira, à operação “cidade morta”, lançada pela plataforma “Ça suffit” (“Já basta”), que pede a demissão do presidente Déby Itno, que vai lançar a sua recandidatura a um novo mandato em abril.
Ficaram de portas fechadas, na cidade de N’Djamena , lojas, mercados, escolas, e a circulação automóvel consideravelmente reduzida. Só os bancos e empresas privadas estiveram em funcionamento no bairro administrativo. Nos ministérios vários departamentos funcionaram a meio tempo, consequência de um movimento anti-Deby lançado até às 13h30 locias.
Segundo o porta-voz da plataforma “Ça suffit” da qual fazem parte cerca de duas dezenas de associações da sociedade civil, como a Liga Chadiana dos Direitos do Homem e a União dos Sindicatos do Chade, a palavra de ordem foi igualmente seguida nas cidades de Sarh, Abéche e Mongo.
A operação “cidade morta” é o reflexo de um contexto global de contestação do poder do presidente Déby.
Na sua página do Facebook, o activista Abdelkerim Yacoub Koundougoumi declarou que esta operação visa, fazer o luto por Hassan Daoud, Madina Koulamallah e por todos os milhares de vitimas da opressão e da repressão; para reclamar a retirada da candidatura de Idriss Deby com candidato do MPS; justiça para Zouhouram, justiça para as violações; justiça para Abachou e todos os feridos nas diferentes manifestações pacíficas, recentes, em N’djamena e nas províncias; libertação de todos os detidos nas manifestações pacíficas; justiça e fim da impunidade para os desvios de fundos públicos, em particular a condução de um inquérito independente para os casos de desvios imputados s Salay Deby; o pagamento de 20 meses de retroactivos aos professores comunitários; a regulação do pagamento dos salários dos funcionários públicos e das bolsas de estudo; regulação para conter o fenómeno recorrente de preços elevados habilmente mantidos por comerciantes desonestos para asfixiar as pessoas comuns; o restabelecimento imediato das redes sociais, nas quais a censura é um grave atentado à liberdade de expressão, informação e opinião.