O antigo chefe rebelde marfinense, ex presidente da Assembleia, antigo primeiro-ministro e candidato à presidência da Costa do Marfim, Guillaume Soro disse ao jornal francês JDD que vai “organizar a resistência, tal como fez o general de Gaulle a partir de Londres”. “Com todos os partidos políticos e o presidente Bédié (1993 – 1999) devemos salvaguardar a democracia na Costa do Marfim”, disse.
Após uma ausência do país durante seis meses, quando a 23 de Dezembro Guillaume Soro estava de regresso à Costa do Marfim, precisamente 24 horas depois da visita oficial de Emmanuel Macron, a justiça marfinense lançou um mandado de captura internacional contra o candidato presidencial. In extremis o avião em que viajava Soro desviou a rota para Acra, capital do Gana, tendo Guillaume Soro finalmente decidido regressar a Paris.
Segundo Guillaume Soro o mandado de captura internacional de que é alvo “não tem fundamento no Direito” mas pretende “impedir um candidato de ascender à liderança do país”. Mesmo assim, diz que permanece candidato à presidência.
Outrora apoiante do actual presidente Alassane Ouattara, Guillaume Soro diz que o chefe de Estado foi um homem que beneficiou do prestigio de ter integrado o FMI, mas que o FMI acabou por “fabricar um autocrata que proíbe qualquer manifestação política durante a visita de Macron” e que “dispõe de milícias paralelas encapuçadas que efectuam rusgas na sedes dos partidos políticos”.
Em Paris, Guillaume Soro denunciou também o silêncio do presidente francês Emmanuel Macron e considera que, em “nome de lucrativos contratos”, o chefe de Estado francês fecha os olhos quando a democracia é esmagada na Costa do Marfim.
Sobre as acusações da justiça marfinense, que sustentam o mandado de captura, Guillaume Soro alega serem baseadas numa gravação manipulada de um encontro que teve em Paris em 2017 com um individuo que o alertara que Ouattara o pretendia assassinar. Segundo Guillaume Soro o referido indivíduo estaria a colaborar com Ouattara na construção de um plano de incriminação de Soro, que foi desencadeado agora pela justiça marfinense com o objectivo de afastar um candidato sério à presidência, denunciou o antigo chefe rebelde.