Começa hoje, segunda-feira, a consulta popular no Sudão sobre a autonomia do Darfur, a qual deverá prolongar-se por três dias.
As Nações Unidas expressaram dúvidas sobre a credibilidade do referendo e teme-se que o mesmo possa pôr em causa o processo de paz em curso na região devido ao deficiente recenseamento e à precariedade das condições de segurança que deverão afastar a maioria dos eleitores das mesas de voto.
O referendo irá determinar o futuro político e administrativo dos cinco estados da região do Darfur, que ambicionam auto-determinarem-se da jurisdição de Cartum, tal como previsto no acordo de paz de Doha, assinado em 2011, entre o governo sudanês e os rebeldes do Movimento de Libertação e Justiça.
A disputa em torno da auto-determinação do Darfur já causou cerca de 3 milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas, mais do que o total de votantes registados para esta consulta popular, que não ultrapassa os 2,5 milhões de pessoas.
O último episódio de violência na região eclodiu a 9 de janeiro último, na localidade de Mouli, apesar de as autoridades sudanesas assegurarem que a região está livre de grupos rebeldes. As Nações Unidas, no entanto, registaram, apenas nas duas últimas semanas, mais 19,000 deslocados nas suas instalações no Darfur do Norte e outros 15,000 no Darfur Central.