Os combatentes do Estado Islâmico estão a tentar usar Cartum, capital do Sudão, como ponto de passagem para se juntarem às bases do grupo jihadista na Líbia, disse um sudanês especialista no grupo islâmico.
O diretor da Coordenação belga para a Análise de Ameaças, Paul Van Tigchelt, divulgou esta semana que o serviço de segurança do Sudão intercetou um belga a tentar atravessar para a Líbia para se juntar aos militantes do Estado Islâmico. Tigchelt disse ainda que não têm informações sobre outros casos de combatentes belgas que tivessem viajado para a Líbia, mas que estão a acompanhar a situação.
Comentando sobre a prisão do militante belga, um especialista do Sudão sobre os grupos extremistas islâmicos, al-Hadi Mohammed al-Amin, disse que o grupo jihadista, que enfrenta um momento difícil na Síria e no Iraque, está a tentar usar o Sudão como um ponto de passagem para a Líbia. Al-Amin disse também que esta não era a primeira vez que um jihadista estrangeiro é surpreendido pelas autoridades sudanesas quando tentava atravessar para o país norte Africano. Deu como exemplo o caso do militante indiano que foi preso em Cartum, em dezembro passado, pelo serviço sudanês enquanto estava a tentar juntar-se ao Estado Islâmico na Líbia. O Hindustan Times referira que um informático de 23 anos, foi o primeiro indiano a ser recrutado pelo grupo jihadista na Líbia.
O especialista sudanês disse ainda que Cartum o entregara às autoridades indianas e que as forças de segurança sudanesas tinham recebido informações sobre os seus movimentos provenientes da Agência de Investigação Nacional da Índia (NIA).
Al-Amin salientou ainda que os dois casos indicam que o Estado Islâmico tenta, através das suas células terroristas adormecidas no Sudão, passar os seus combatentes estrangeiros para a Líbia através da fronteira com o Sudão. Acrescentou que o Estado Islâmico visa transferir as suas atividades para a Líbia, onde estabeleceu uma base de operações na cidade de Sirte, explorando o deficit de segurança na região.
O especialista sudanês afirmou também que Cartum implantou unidades militares ao longo da fronteira e está a monitorizar a fronteira, em particular o triângulo entre Egito, Líbia e Sudão, na região de Jebel Aouinat.
Em 19 de Janeiro de 2016, o chefe dos Serviços de Segurança Nacional de Inteligência do Sudão (NISS), Mohamed Atta, disse que iria destacar tropas para as fronteiras ocidentais com a Líbia para evitar a infiltração de combatentes do Estado Islâmico e combater crimes transfronteiriços.