A Amnistia Internacional divulgou um novo relatório – “I Don’t Know If They Realized I Was A Person’: Rape and Other Sexual Violence in the Conflict in Tigray”, sobre o rapto e violência sexual cometidas contra mulheres e raparigas no conflito de Tigray, pelas forças combatentes aliadas ao governo etíope.
Para o relatório, a Amnistia Internacional entrevistou 63 sobreviventes de violação e outros atos de violência sexual – 15 presencialmente no Sudão e 48 remotamente -, assim como profissionais médicos e trabalhadores humanitários.
Segundo a organização, soldados e milícias sujeitaram mulheres e raparigas de Tigray a violação individual e em grupo, escravatura sexual, mutilação sexual e outras formas de tortura, recorrendo frequentemente a insultos étnicos e ameaças de morte.
O relatório revela que as sobreviventes continuam a sofrer complicações de saúde físicas e mentais consideráveis: traumas físicos como hemorragia contínua, dores nas costas, imobilidade e fístula. Algumas testaram positivo para o VIH. Outras complicações prendem-se com a privação de sono, ansiedade e sofrimento emocional.
Em comunicado, a Amnistia Internacional refere que a 26 de julho de 2021 escreveu ao Gabinete do primeiro-ministro etíope, ao Gabinete do procurador-geral federal e à ministra das Mulheres, Crianças e Jovens, ao ministro da Informação da Eritreia e a um conselheiro sénior do presidente Isaias Afwerki, solicitando uma resposta aos resultados desta investigação preliminar, mas não recebeu uma resposta até à data da sua publicação.