Apesar do encerramento de todos os pontos de entrada nas fronteiras da Gâmbia, as pessoas continuam a deslocar-se livremente entre a Gâmbia e o Senegal. Um dos pontos de entrada mais movimentados é o posto fronteiriço de Brikama-Ba e outras aldeias vizinhas que ligam a vila de Cassamansa em Patar.
Segundo declarações de um residente, dezenas de senegaleses frequentemente entram em solo gambiano através de Brikama-Ba para realizar transações comerciais e regressam com segurança a Cassamansa sem nenhum obstáculo.
“As pessoas do Senegal entram na Gâmbia para visitar os seus familiares sem serem intercetadas ou rastreadas” indicou ao The Point considerando arriscado para os gambianos durante esta pandemia de coronavírus.
De acordo com a mesma fonte, outros vêm de Kolda à Gâmbia, principalmente em motos, carros de cavalo e burro. Quando são confrontados pelas autoridades gambianas no posto de fronteira e negoceiam ou subornam os policias que então os deixavam entrar no país.
Também foram referidos casamentos tradicionais e outras atividades cerimoniais que acontecem na região central do rio, com mais do que o número de participantes estipulado pelo governo.
O responsável pela força de segurança covid-19 do CRR sul, Lamin Manneh, negou as alegações, dizendo que a sua equipa de patrulha está sempre na fronteira monitorizando a entrada e saída de pessoas entre os dois estados. “Respeitamos a lei e a minha equipa nunca recebeu suborno de nenhuma pessoa que tentasse entrar na Gâmbia“, afirmou.
Manneh, no entanto, apontou as suas limitações, como falta de mobilidade pedindo ao governo que os ajudasse com veículos para controlar melhor todos os pontos de entrada na fronteira que atualmente não podem fazer. Convocou também os gambianos, especialmente os nativos do CRR, a denunciarem qualquer pessoa suspeita de entrar na Gâmbia do Senegal ou de qualquer outro país para ajudar a facilitar o seu trabalho.
