O movimento armado 3R (Regresso – Reclamação – Reabilitação) na República Centro-africana (RCA) acusa o governo de Bangui de “falta de vontade” para resolver a crise político-militar por “vias pacíficas”.
Através de um comunicado o líder da organização, o General Sidiki Abbas, afirma que solicitou várias vezes a aplicação do artigo 34 do APPR-RCA (Acordo Político para a Paz e Reconciliação), que refere que as partes signatárias do acordo renunciam ao recurso da via militar na resolução de qualquer diferendo, devendo fazer apelo à arbitragem dos parceiros e facilitadores do acordo.
No mesmo documento o General Sidiki Abbas acusa que “a única resposta que o Movimento 3R recebeu, desde há quatro meses, foi ataques contra as suas posições” e “qualquer um que é atacado é forçado a defender-se”, precisou o líder do 3R.
Acusando o governo centro-africano de persistir no uso da “força e violência”, o General Sidiki Abbas aponta também ao Governo em Bangui de levar a cabo uma política de “estigmatização” e “marginalização” da comunidade Fula que têm sido traduzidas em “buscas sem mandatos, detenções arbitrárias, espoliações, e detenções sem motivos válidos” sendo que “a razão escondida é que a pessoa é simplesmente de raça Fula e assim ipso facto a pessoa é um rebelde ou família de rebeldes” sendo “todos os motivos bons para pôr a pessoa na prisão”, lê-se no documento.
“Uma vez mais o Movimento 3R pede a libertação de todos os pacíficos cidadãos que apodrecem na prisão central de Ngaragba em Bangui”, escreve o General Sidiki Abbas líder do Movimento 3R que reitera a “disponibilidade constante a dialogar para caminhar para a paz” e “reconciliação nacional”.