RDC: Trezentos “capacetes azuis” reforçam segurança em Kinshasa

As Nações Unidas e outras capitais ocidentais continuam a temer a instabilidade na República Democrática do Congo (RDC) e em particular na sua capital, Kinshasa, a 19 de dezembro, do fim do mandato constitucional de Joseph Kabila como chefe do país. No âmbito da missão da ONU na RDC (MONUSCO), a situação é levada muito a sério perante as ameaças que ao cumprimento do prazo constitucional que obrigam ao afastamento do chefe de Estado nesse prazo.

Joseph Kabila está no poder desde 2001 e foi reeleito em 2011 num escrutínio altamente contestado. O seu mandato termina a 20 de dezembro e a Constituição proíbe-o de se recandidatar.  Na segunda-feira, foi concluído um acordo para o adiamento das eleições gerais para abril de 2018, o que garante ao presidente cessante de se manter no poder até lá. A oposição rejeita o acordo, considerando que a continuação de Kabila na chefia do Estado é uma flagrante violação da Constituição.

A previsão de confrontos apontam para uma possível situação mais grave do que a de  19 e 20 de setembro em Kinshasa. O risco de instabilidade é iminente numa cidade onde os conflitos podem desencadear a qualquer momento.

“Devemos lembrar que Kinshasa é uma cidade de cerca de onze milhões de pessoas e que a MONUSCO não tem nem os recursos humanos nem o mandato para garantir segurança”, disse Hervé Ladsous, responsável da ONU pelas missões de manutenção de paz, advertindo que estes reforços provavelmente trezentos “capacetes azuis” não serão suficientes em caso de perturbação da ordem pública na capital.

Recorde-se que os acontecimentos de 19 e 20 de setembro em Kinshasa fizeram quarenta e nove mortos, segundo números oficiais e quase uma centena de acordo com os dados da oposição, o que motivou esta decisão do reforço da MONUSCO para evitar uma nova onda de violência na capital. No entanto, para muitos observadores, essa presença consolidada da MONUSCO em Kinshasa, será de pouco efeito, dado que a missão foi incapaz de garantir a segurança na cidade de Beni em Kivu do Norte, a qual está mais militarizada.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

Moçambique: CNE destaca tranquilidade durante recenseamento eleitoral

Moçambique: CNE destaca tranquilidade durante recenseamento eleitoral

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, Dom Carlos Matsinhe, afirmou que o recenseamento eleitoral tem decorrido…
Cabo Verde: PR promulga cinco diplomas do Governo

Cabo Verde: PR promulga cinco diplomas do Governo

O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, promulgou cinco diplomas do Governo na segunda-feira, 15 de abril. …
Timor-Leste: Fretilin congratula-se com visita de Papa Francisco

Timor-Leste: Fretilin congratula-se com visita de Papa Francisco

A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) congratulou-se nesta quarta-feira, 17 de abril, com a visita do Papa Francisco ao…
Ucrânia: Conselheiro de Zelensky diz que não há negociações em curso com a Rússia

Ucrânia: Conselheiro de Zelensky diz que não há negociações em curso com a Rússia

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, informou nesta quarta-feira, 17 de abril, que não há conversações e negociações em curso…