Menos de 24 horas depois da assinatura em Genebra de um acordo histórico da oposição da República Democrática do Congo (RDC) que estabelecia uma candidatura única à presidência para fazer face ao antigo ministro do Interior Emmanuel Ramazani Shadary, o candidato lançado pelo presidente Joseph Kabila, a UDPS de Félix Tshisekedi e a UNC de Vital Kamerhe decidiram inesperadamente fazer marcha atrás.
Martin Fayulu era o candidato que supostamente unira a oposição, todavia Félix Tshisekedi decidiu mudar de posição e declarou que não podia contrariar as suas bases do seu partido e retirou o apoio a Fayulu. Uma atitude violentamente criticada pela oposição na RDC que acusam Félix Tshisekedi de “fraca liderança” e de não conseguir controlar o seu próprio partido.
A reviravolta de Vital Kamerhe era expectável devido à sua histórica rivalidade com Martin Fayulu. No entanto Kamerhe explicou que não podia contrariar a direcção política do seu partido e que não concordara com o método que levou à escolha de Fayulu.
Uma sondagem publicada em Julho revelou que 70% dos eleitores congoleses afirmavam ser favoráveis a um candidato da oposição. Com a retracção da UDPS e da UNC, e o acentuar das divisões na oposição, Emmanuel Ramazani Shadary, praticamente desconhecido dos eleitores congoleses, encara agora com optimismo a eleição presidencial.