Zâmbia: Presidente Lungu adverte contra o tribalismo
O presidente da Zâmbia, Edgar Lungu, recomendou aos membros do partido no governo, Frente Patriótica, evitarem comentários sobre questões tribais.
A recomendação ocorreu na sequência de declarações do ministro da Informação, Chishimba Kambwili, durante um programa na emissora estatal, segundo as quais, em algumas regiões da Zâmbia, o voto é determinado exclusivamente por questões tribais.
Esta declaração suscitou uma forte reação por parte da população que o acusa de fomentar o tribalismo e o regionalismo antes das eleições gerais deste ano.
O ressurgimento das questões do tribalismo e do regionalismo na corrida à eleição presidencial constituem um retrocesso relativamente ao trabalho de construção de uma identidade nacional que marcou o consulado do presidente Michael Sata, líder histórico nacional.
Grupos da sociedade civil dizem que alguns partidos políticos falam do tribalismo e regionalismo como uma tática de divisão e conquista para angariar votos como parte da sua estratégia de campanha.
Frank Bwalya, um padre católico que é vice-porta-voz da PF, sustenta que os padrões de votação na eleição presidencial do ano passado mostraram fortes sentimentos regionais e tribais. Acrescenta que parece haver um aumento da sensibilidade do tribalismo e regionalismo nas sondagens deste ano.
Grupos da sociedade civil advertem que o recurso ao tribalismo e ao regionalismo pode minar a unidade social do país. Bwalya diz que alguns zambianos parecem ceder ao tribalismo para colherem benefícios políticos.