Robert Mugabe tenta reestabelecer a paz com os chefes militares depois de terem sido levantadas suspeitas e tensões entre a família presidencial e os chefes dos serviços de segurança, no seguimento dos recentes ataques da primeira-dama, Grace Mugabe, aos comandantes do exército, a quem acusa de apoiarem o vice-presidente Emmerson Mnangagwa na sucessão presidencial.
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, convidou esta semana os chefes militares para as celebrações do seu aniversário, organizadas pelo gabinete presidencial na residência oficial, nesta segunda-feira, como estratégia para pacificar e conter o exército. Antes desta medida, Mugabe teve várias reuniões com os chefes da segurança, incluindo os ministros do Interior e da Defesa e Segurança.
Durante um discurso num comício em Chiweshe, há duas semanas, Grace acusou os chefes militares de terem planeado o ataque à sua fábrica de laticínios Mazowe, no mês passado, para intimidarem a família e precipitarem a saída de Mugabe do poder.
Grace sustentou também a existência de uma conspiração para assassinar o seu filho mais novo, Bellarmine, aumentando a tensão entre Mugabe e as estruturas militares.
As relações entre Mugabe e os militares, que foram sempre fortes desde a independência, azedaram depois de o presidente ter criticado publicamente os chefes militares por interferirem nos assuntos do Zanu PF, na conferência anual do partido em Victoria Falls, em dezembro passado.
Informações de que Mugabe tentava afastar o comandante das forças de Defesa, Constantine Chiwenga, do seu cargo, também aumentaram as tensões nos últimos meses.