O partido da oposição zimbabweana, MDC alertou sobre a prisão “arbitrária” dos seus ativistas e líderes nos últimos dias, sendo o último o secretário nacional organizador, Amos Chibaya, que foi detido pela polícia na quinta-feira, acusado de não ter conseguido impedir os protestos da última sexta-feira em Harare.
Numa declaração na noite de quinta-feira, o porta-voz do partido, Luke Tamborinyoka, descreveu as prisões como uma repressão aos direitos dos cidadãos.
“Chibaya foi o convocador das manifestações pacíficas propostas pelo MDC em quatro cidades, que mais tarde foram frustradas pela polícia, depois de terem emitido quatro ordens de proibição para impedir os cidadãos nas respetivas cidades de exercerem os seus direitos democráticos consagrados na lei suprema da terra” disse Tamborinyoka.
“Ao saber que a polícia o procurava, Chibaya entregou-se na esquadra central de Harare por volta das 16h de ontem na companhia do seu advogado, Obey Shava. Hon Chibaya, que ainda está com o seu advogado, ainda está a ser interrogado pela polícia”, acrescentou Tamborinyoka
O MDC indicou ainda que a prisão de Chibaya era um testemunho de que o Zimbabwe tornou-se um Estado pária.
“A sua prisão é um testemunho do estrangulamento do espaço democrático no Zimbabwe. O país está sob um estado de emergência de fato, a julgar pelos sequestros, tortura e prisões de zimbabweanos inocentes nos últimos dias”, acrescentou Tamborinyoka.
A polícia confirmou a prisão, dizendo que Chibaya estava sob custódia depois de não conseguir controlar os manifestantes após a proibição da polícia.
Dezenas de ativistas do MDC foram presos desde a semana passada, quando a polícia frustrou os protestos da oposição planeados para Harare.
O partido tinha feito protestos semelhantes em Bulawayo, Masvingo, Mutare e Gweru antes de a polícia ter emitido ordens de proibição.