A Apple afirmou que pretende contestar uma ordem judicial que exige que a empresa ajude o FBI no acesso aos dados do telefone do atirador de San Bernardino, Syed Rizwan Farook.
A empresa recebeu uma ordem do Tribunal para facilitar o acesso ao software de segurança do iPhone de Farook – aparelho que, segundo o FBI, contém informações cruciais para as investigações do caso.
Em dezembro de 2015, Farook e a sua mulher, Tashfeen Malik, dispararam contra dezenas de pessoas em San Bernardino, na Califórnia, matando 14 e ferindo 22 pessoas. Os dois foram mortos pela polícia.
“O governo dos Estados Unidos da América exigiu que a Apple desse um passo sem precedentes que ameaça a segurança dos nossos clientes”, afirmou em comunicado na terça-feira o CEO da empresa, Tim Cook. “Nós opômo-nos a essa ordem, que tem implicações muito para além do caso de Farook”.
Desde setembro de 2014, dados dos mais recentes dispositivos da Apple – como mensagens de texto e fotografias – passaram a ser criptografados. Se um dispositivo é bloqueado, é necessário colocar a senha do utilizador para aceder aos dados. A Apple alega que nem mesmo a sua própria equipa pode aceder aos dados.
Além disso, se introduzir um código incorreto 10 vezes, apagam-se automaticamente os dados do telefone, se esta opção tiver sido ativada.
O FBI pediu que a Apple fizesse duas coisas: permitir tentativas ilimitadas de acesso ao aparelho sem apagar dados e implementar uma forma de tentar rapidamente diferentes combinações de senha.
A tática é conhecida como “força bruta” e funciona tentando todas as combinações possíveis até se chegar à correta e desbloquear o telefone.
Acredita-se que Farook tenha usado um código de quatro dígitos, o que, em termos de probabilidade, significa que existem 10 mil combinações possíveis.