O relatório anual do Departamento de Estado norte-americano sobre os direitos humanos em 2022 indica violações graves destes direitos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), à exceção de Cabo Verde.
De acordo com o documento, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique apresentaram as violações de direitos humanos mais graves, entre as quais execuções extrajudiciais, prisão arbitrária de cidadãos, tortura e tratamento desumano às mãos das forças de segurança.
Foi igualmente mencionada a detenção de presos políticos, além de ameaças e violência contra jornalistas e as condições cruéis e degradantes nas prisões, que colocam em risco a vida dos reclusos.
O relatório refere que Moçambique sofre dos mesmos problemas e ainda decapitações, desaparecimento forçado de pessoas, violação, escravatura sexual e uso de crianças-soldados. Estas violações são atribuídas aos extremistas muçulmanos que atuam no Norte do país.
São também mencionados problemas graves de corrupção nos governos de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. Apesar de ser reconhecida a criação de mecanismos para combatê-los, é dito que a impunidade continua.
Cabo Verde é o único país africano de língua portuguesa que não é muito criticado no relatório. Ainda assim, são relatados alguns abusos da polícia, mas sem a gravidade dos outros países.