O desaparecimento ou detenção dos homens responsáveis pela investigação da empresa chinesa que produz sapatos para a marca de Ivanka Trump provocou a suspensão da produção por parte do fornecedor e levantou questões em torno da liderança dos Estados Unidos no que toca a direitos humanos.
De acordo com o diretor da China Labor Watch (CLW), Li Qiang, que perdeu contacto com os referidos indivíduos no fim-de-semana, os investigadores estavam a preparar um relatório a entregar no próximo mês onde reportariam baixos pagamentos, horas de trabalho excessivas e uso indevido de mão-de-obra estudantil.
Deng Guimian, mulher de um dos homens incumbidos da investigação, revelou em declarações à BBC: “O meu marido encontrava-se a investigar uma fábrica em Ganzhou que produzia sapatos para a marca da filha do presidente Donald Trump. Acho que o seu desaparecimento está relacionado com isso mas a polícia disse-me que ele está detido por atividades ilegais”.
A CLW já pediu ao presidente norte-americano para pressionar Pequim para libertar Hua Haifeng, uma vez que este é acusado de uso ilegal de escutas, acusação que não tem por base qualquer fundamento factual.
Li Qiang, avançou à BBC que o que se passou com a fábrica do Grupo Huajian é a primeira vez que acontece em 17 anos de investigação em empresas chinesas.
Apesar da gravidade da situação, até ao momento nem as autoridades chinesas, nem o governo norte-americano, nem Ivanka Trump se pronunciaram sobre o assunto.