O Perú vai eleger o próximo Presidente da República este domingo. Na primeira volta, a votação foi antecedida de protestos contra a candidata Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, preso desde 2007 e condenado a 25 anos por corrupção e delitos de lesa-humanidade.
Ainda assim, a candidata tem tudo para ser a sucessora de Ollanta Humala. Conforme indica a mais recente sondagem do Instituto Ipsos, Keiko lidera a corrida eleitoral com 53,1% dos votos válidos, enquanto o ex-ministro da Economia, Pedro Pablo Kuczynski (conhecido como PPK) tem 45,9%.
Na primeira volta, a representante da Força Popular obteve cerca de 39% dos votos, 10 pontos à frente do rival do partido Peruanos pela Mudança. Esperava-se então que a diferença diminuísse com o apoio dos candidatos derrotados, mas não foi o que aconteceu.
Nos últimos dias, PPK recebeu apoio da esquerda, antes hesitante quanto às suas propostas económicas pró-mercado. A principal voz a aliar-se foi a de Verónika Mendoza, socialista que ficou em terceiro lugar na primeira volta.
“Queremos evitar que o fujimorismo volte. Votemos em PPK e vamos preparar-nos para fazer uma oposição crítica ao seu governo desde o primeiro dia”, disse ela aos seus eleitores. Verónika integrou a última marcha contra Keiko, junto a representantes de outras forças esquerdistas.
Bastante popular, a candidata fujimorista tem concentrado os seus últimos dias de campanha nas regiões andinas e amazónicas, onde vestiu roupas típicas e dançou em comícios. Sobre o apoio da esquerda a PPK, considera “uma hipocrisia”, pois o candidato é “ultradireitista”.
O seu rival, por sua vez, moderou o discurso. “Não sou de direita, sou de centro e recebo com muita alegria os apoios da direita e da esquerda.” Quase 23 milhões de peruanos devem comparecer às urnas no domingo.
