Quinze países proibiram 29 venezuelanos – incluindo o presidente do país, Nicolas Maduro, e seus aliados próximos – de viajar dentro das suas fronteiras como parte de esforços diplomáticos para pressioná-lo a renunciar.
Uma reunião realizada na terça-feira na Colômbia incluiu representantes da Argentina, Brasil, Estados Unidos, Chile e Peru, todos signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), um acordo que promete defesa mútua entre os membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A lista de pessoas proibidas de viajar para os 15 países incluía os principais aliados de Maduro, como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o vice-presidente, Delcy Rodriguez e Diosdado Cabello, número dois do Partido Socialista (PSUV).
Maduro rejeitou a iniciativa e chamou de estratégia para desviar a atenção de outras questões, inclusive na Colômbia sob o comando do presidente Ivan Duque.
“A reunião do TIAR falhou, ninguém interfere com a Venezuela”, afirmou Maduro. “Ivan Duque tem um índice de desaprovação de 80% na Colômbia e agora quer desviar a atenção da imensa crise política, económica e social que os colombianos estão a passar”, acrescentou.
Cabello também rejeitou as acusações e pediu que os países ficassem mantivessem distância da Venezuela. “Rejeito a tentativa imperialista e as tentativas desses aliados norte-americanos de se envolver nos assuntos internos da Venezuela. A Venezuela exige respeito”, afirmou Cabello após uma marcha em Caracas contra a reunião da OEA.
Cerca de 500 pessoas ligadas a Maduro já foram alvo de várias sanções, disse Julio Borges, que participou da reunião como representante do líder da oposição venezuelana, Juan Guaido.
Guaido argumenta que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima e invocou a constituição este ano para se declarar presidente interino da Venezuela. A maioria dos países ocidentais reconheceu Guaidó como chefe de estado.
Os países da reunião de terça-feira discutiram novas medidas para apoiar o restabelecimento da democracia e o respeito aos direitos humanos na Venezuela, como parte de uma estratégia para conter a migração que flui do país, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Claudia Blum.
“Nesta reunião, não há decisões unilaterais nem convites para usar a força”, disse Duque. “Existe apenas um convite aberto para fortalecer a pressão diplomática, para que cada vez seja mais eficaz”.
A Colômbia é o principal destino dos migrantes venezuelanos que fogem da escassez generalizada de alimentos e medicamentos. Atualmente, quase 1,5 milhão de venezuelanos residem no país andino.