O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, declarou que a Operação Gideon foi uma montagem do regime de Nicolás Maduro para gerar propaganda e se auto-internacionalizar.
“A operação, nem operativa, nem militarmente, tem qualquer possibilidade. É uma montagem da ditadura para gerar propaganda internacional, vitimização e perseguição interna. Eles enganaram vários tenentes para massacrá-los. O nível de sadismo do regime é de se infiltrar e massacrar”, afirmou Guaidó em entrevista à EVTV Contigo com Carla Angola.
Guaidó desassociou-se dessa operação e disse que solicitou uma investigação sobre a morte de oito soldados em Macuto, no estado de Vargas, em 3 de maio. Também confirmou que o seu contato com Jordan Groudeau, diretor da SilverCorp, não passou de uma fase exploratória e revelou que foram dadas ordens para não continuar com nenhuma operação.
“O que aconteceu é um aparato claro de propaganda da ditadura. Isso não é uma invasão e todo o planeta sabe disso. Eles disseram que eram mercenários quando todos eram soldados venezuelanos aposentados ou no exílio“, disse o opositor de Nicolàs Maduro.
Guaidó também alertou sobre a “colocação de prisioneiros” para dramatizar esses eventos.
“Enganaram vários tenentes, capitães e sargentos para massacrá-los. A única surpresa é que o barco tinha gasolina, porque os pescadores venezuelanos não têm para fazer o seu trabalho“, afirmou.
Juan Guaidó apontou que, embora queira um governo de transição na Venezuela, avalia todos os cenários possíveis, e, embora o objetivo seja a saída do regime de Maduro, a sua equipa não concorda “com o uso de mercenários“. “Existem soldados descontentes suficientes“, comentou.
Em relação à renúncia do deputado Sergio Vergara e do assessor político, Juan José Rendón, Guaidó comentou que “eles deixam o governo interino por duas razões: porque uma avaliação da Comissão foi divulgada ao público e, também, para preservar o desenvolvimento correto da presidência responsável”.