Nicolas Maduro apresentou hoje novas medidas para combater o estado de emergência económica em que a Venezuela se encontra, entre as quais constam mais uma desvalorização da moeda nacional ‘bolívar’ e um aumento sem precedentes do preço dos combustíveis (o último aumento do preço dos combustíveis data de 1996).
A taxa de câmbio oficial agora anunciada (1 usd = 10 bol) traduz uma desvalorização de 37% da moeda nacional (anteriormente 1 usd = 6,3 bol) mas ainda assim muito longe da taxa de câmbio real, praticada nas ruas de Caracas em que 1 usd é transacionado a mais de 1000 bol.
Relativamente ao preço dos combustíveis, Maduro anunciou um aumento verdadeiramente chocante de 1329%, com um litro de gasolina de 95 octanas a passar para 6 bol.
Apesar do caráter drástico destas medidas, a maioria dos analistas considera-as insuficientes para travar a degradação das contas públicas da Venezuela e para conter a espiral inflacionista que tem dizimado a economia nacional. Pelo contrário, os comentadores económicos consideram cada vez mais provável um ‘default’ do Estado venezuelano que enfrenta cerca de usd 10 mil milhões em pagamentos de juros no curto e médio prazo.
Os críticos que se opõem ao programa económico socialista de Maduro defendem que a única solução capaz de evitar um default passa pelo completo desmantelamento do sistema monetário criado há 13 anos por Hugo Chavez.