Nicolás Maduro anunciou no domingo a suspensão dos voos de e para o Panamá e a República Dominicana. A medida visa conter os casos do novo coronavírus no país.
“Tem havido muitos casos de voos do exterior, por isso restringimos os voos do exterior e apenas mantemos o México, Bolívia e Turquia abertos”, disse Maduro, referindo-se a um “crescimento” de casos em certas áreas ”atribuídos a casos importados”.
A oposição venezuelana denuncia que o governo esconde os verdadeiros números da pandemia no país.
De qualquer forma, Maduro destacou que foram detetados inúmeros casos de viajantes internacionais depois da retoma dos voos para o Panamá, Turquia, Bolívia, República Dominicana, México, Irão e Rússia.
O Irão e a Rússia não tiveram destaque na imprensa local, por serem aliados estratégicos do regime e não constituírem grande fonte de tráfego aéreo. Por sua vez, o México é um dos países mais afetados da região, mas também é ideologicamente importante para Maduro.
Após a declaração, o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) divulgou comunicado no qual mantém a autorização para voos internacionais apenas para Turquia, Bolívia e México.
Entretanto, a companhia aérea panamenha Copa havia anunciado no sábado que o INAC tinha cancelado a ligação da companhia aérea com aquele país a partir de domingo, razão pela qual deixou de operar a rota Panamá-Caracas por tempo indeterminado.
No mesmo domingo, o Panamá cancelou o acesso das companhias aéreas venezuelanas ao seu território até que a Venezuela restitua um tratamento “igualitário e justo” às linhas panamenhas, às quais durante meses limitou o número de voos, que finalmente suspendeu no sábado numa decisão unilateral e sem justificativa”.
Aumento de casos
Por seu lado, Maduro observou que os casos diários têm vindo a crescer nas últimas semanas e afirmou que “se esta tendência continuar, é esperado um aumento dos casos ativos nas próximas semanas”.
“Consideramos necessário reforçar as medidas de proteção individual e coletiva”, disse o presidente.
Diante desta situação, Maduro revelou que está a considerar “14 dias (de quarentena radical) em janeiro”, embora tenha dito que ainda não está claro a partir de que data.
Nos últimos meses foi instalado na Venezuela um sistema que alternava sete dias de restrições e sete dias de autorizações, mas foi decidido permitir os movimentos durante o mês de dezembro para a época do Natal.