A polícia venezuelana dispersou na terça-feira uma manifestação da oposição contra Nicolas Maduro em Caracas, convocada por Juan Guaidó numa tentativa de reavivar o movimento de protesto contra o presidente socialista e exigir uma nova eleição presidencial.
No início da noite, a oposição denunciou a prisão de um deputado da oposição, Renzo Prieto, preso pelo FAES, um órgão polémico da polícia venezuelana, poucas horas após a manifestação. Também outros dois deputados da oposição foram presos e depois libertados.
No início do dia, vários milhares de manifestantes anti-Maduro tinham se concentrado no leste de Caracas para ingressar na Assembleia Nacional, com Juan Guaidó liderando a marcha. Mas logo após o início da manifestação, a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) bloqueou a iniciativa.
Juan Guaido tentou iniciar um diálogo com os agentes que dispararam gás lacrimogéneo para dispersar a manifestação, segundo um jornalista da AFP. Alguns manifestantes responderam atirando pedras e paus às forças de segurança.
Em simultâneo com a marcha liderada por Guaidó, vários milhares de pessoas se reuniram numa “contra-manifestação”, convocada pelo governo, no centro de Caracas com a palavra de ordem “defesa da soberania” da Venezuela contra a “agressão” do presidente Donald Trump.
Washington, o principal apoiante internacional de Juan Guaidó, adotou uma série de sanções para aumentar a pressão sobre Nicolas Maduro, a quem o opositor tenta derrubar há pouco mais de um ano.
Com esta nova mobilização, Juan Guaidó, a quem quase sessenta países reconhecem como presidente interino da Venezuela, pretende relançar o movimento de protesto contra o chefe de Estado que descreve como “ditador”.
Nos últimos meses, os seus apelos a manifestações tiveram muito menos ressonância do que no início de 2019, quando dezenas de milhares de venezuelanos se mobilizaram a cada semana.