A Amnistia Internacional solicita uma investigação no Afeganistão sobre os crimes de guerra, cometidos pelos talibãs, que antecederam a queda de Cabul, capital do país, a 15 de agosto. Foi nessa data que o regime talibã retomou o poder.
O pedido da organização de defesa dos direitos humanos foi feito nesta quarta-feira, 15 de dezembro. Foi igualmente solicitada uma investigação acerca da morte de civis pelas forças de segurança afegãs e tropas norte-americanas, principalmente durante os combates antes da queda de Cabul.
“Os meses que antecederam ao colapso do Governo de Cabul (15 de agosto de 2021) estiveram marcados por repetidos crimes de guerra e um constante derramamento de sangue cometidos pelos talibãs, assim como por mortes causadas pelas forças afegãs e norte-americanas”, declarou através de um comunicado a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnés Callamard, citada pela “Lusa”.
Segundo um relatório da organização, “à medida em que os fundamentalistas (talibãs) foram tomando controlo do país, torturaram e mataram membros de minorias étnicas e religiosas, antigos membros das forças de segurança e simpatizantes do Governo afegão”.
O comunicado menciona ainda, entre outras mortes, os acontecimentos de 29 de agosto, dia em que ocorreu um ataque com drones por parte dos Estados Unidos da América (EUA) ao Afeganistão. Esta invasão matou dez pessoas, entre as quais sete crianças, em Cabul.
Assim, a Amnistia Internacional apela aos talibãs e aos EUA para que cumpram as obrigações e estabeleçam mecanismos claros e sólidos para que os civis possam pedir ajudas pelos danos sofridos durante o conflito. “As autoridades talibãs têm agora a mesma obrigação legal de proporcionar reparações e devem abordar com seriedade todas as questões relacionadas com danos a civis”, disse Callamard.